5/26/2010


Os cordéis de marioneta que me seguram na vida baloiçam ao ritmo do vento dos meus sonhos e dos meus desejos, mas não dos meus sentidos. Deixo-me manobrar num palco de vida em que sou mera personagem. Não tenho sentidos, estou adormecida. Não sou crente em destinos ou fatalidades e sucessos anunciados. Deixo-me conduzir apenas sem deixar que os sentidos decidam o rumo. Não sentindo, não recordo, não evoco memórias antigas, não lamento um dia a dia de vazio. Sinto os meus cordéis agitarem-se e rio de mim mesma. Sou apenas uma marioneta nas mãos do presente, tentando não sentir o hoje ou o amanhã, para não relembrar a dor do ontem. Vou sentindo a felicidade de saber que os meus cordéis me dão vida, me dão algum consolo, me levam cada dia a um leito de serenidade e adormecimento.

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